O Brasil está na segunda colocação na lista dos países com o maior índice de doenças relacionadas ao trabalho, de acordo com a pesquisa divulgada pela International Stress Management Association Brasil (ISMA-BR). O país perde somente para o Japão, líder com 70% da população sofrendo da Síndrome de Burnout, doença com origem no alto nível de estresse relacionado a questões de trabalho. De acordo com a pesquisa, três em cada dez brasileiros sofrem desse mal.
Esta é apenas um dos pontos negativos sofridos pelas pessoas em seus ambientes de trabalho. Diversos afastamentos, licenças médicas e até mesmo mortes são resultados do estresse laboral. Mas como evitar que você ou sua equipe façam parte dessa estatística?
Um ambiente saudável de trabalho é um desafio nos dias atuais, com a urgência e a competitividade no mercado trazendo demandas cada vez mais complexas. O alto nível de desemprego e dificuldades financeiras associadas ao medo de perder o emprego também fazem com que os profissionais estejam cada vez mais sobrecarregados e ansiosos.
Como a probabilidade de mudar o cenário externo é muito pequena, o ideal é começar a mudança em cada indivíduo. Que tal pensar algumas medidas simples para colaborar na construção desse bom ambiente?
Mente sã, corpo são. Você já deve ter ouvido esta frase e ela não é popular por acaso. Um profissional que está com sua saúde em dia e que aprende a lidar melhor com suas emoções passa a ser um exemplo e pode ajudar os colegas.
Foi definido um padrão de observação para que líderes e equipes possam identificar sintomas – nos outros e neles mesmos – para que os efeitos do estresse possam ser diminuídos ou evitados.
O acrônimo APTAR (o original em inglês é APGAR) surgiu nos anos de 1950, mas é relevante até os dias de hoje e pode ser resumido em cinco pontos que devem ser examinados:
A: Aparência – a pessoa parece mais cansada que o habitual? Aconteceu alguma mudança física ou percebe diminuição de autocuidado muito visível? ,
P: Performance – ambos extremos são preocupantes, tanto o esforço extremo para alcançar resultados quanto a displicência com o que pode gerar no trabalho;
T: Tensão crescente – muito tédio na rotina ou ansiedade exagerada exigem a atenção para o bem-estar pessoal do profissional;
A: Alterações emocionais – a sobrecarga física e mental pode ter sinais variados, como explosões ou apatia frequente, assim como essa mudança constante,
R: Relacionamento – isolamento social e diminuição da qualidade das relações podem dizer muito sobre o estado pessoal e profissional.
Ao identificar o surgimento e/ou mudanças destes pontos APTAR, considere iniciar um diálogo de forma empática, com troca de ideias e apoio para que o outro se sinta acolhido e busque ajuda externa. E caso você esteja passando por isso, não tenha medo de conversar sobre o assunto com quem lhe traz segurança e suporte emocional.
Muitos profissionais, ao passarem por momentos de desconforto no trabalho, não comunicam aos seus líderes por medo de julgamentos, represálias e até mesmo uma demissão. Por isso é tão relevante existir um canal aberto para o diálogo e uma atenção especial para alguns pontos que podem desestabilizar o ambiente, como o estabelecimento de prazos e metas irreais; comunicação interna ineficiente; desvios de funções e atribuições; excesso de tarefas etc.
Outra medida interessante para complementar a rotina no ambiente corporativo é incluir o setor de Recursos Humanos nas ações, buscando a implementação de medidas de gerenciamento da saúde como ginástica laboral, yoga e mindfulness.
Aqui estão algumas dicas rápidas para mudar o seu comportamento para melhor:
Evitar o estresse no ambiente de trabalho é uma atividade coletiva e que as ações individuais também contam muito! O que você tem feito para que sua vida corporativa seja saudável e sustentável?
Crédito foto da capa – Pessoa estressada (Foto: FreePhotos / Pixabay)